Hoje Caraíbas comemora 26 anos de sua emancipação política. É uma data importantíssima porque foi a partir de então que a comunidade ganhou identidade administrativa e pode participar da vida brasileira de fato e de direito. De fato porque a comunidade aqui ganhou maturidade para caminhar independentemente de Condeúba e de Tremedal. De Direito porque passou a ter direito nas verbas destinadas a sistematizar o crescimento da região.
Nessa sistematização destacou-se a educação e a saúde. A Educação porque, apesar de algumas problemáticas, cristalizou-se o amadurecimento e permeou a transformação. E, a Saúde porque foi evoluindo o acesso dos cidadãos, que ficaram acolhidos e isso tende a ampliar e a melhorar.
Politicamente os cidadãos de Caraíbas estão entendendo que podem cada vez mais. Surgem então os espaços para cada um de se alocar no crescimento que em Caraíbas ainda é bem virgem. A palavra virgem está sendo usada porque em algumas áreas nada havia sendo feito e em muitas existem ainda o vazio.
Todo esse vazio poderá ser ocupado com a Sustentabilidade. E, a Sustentabilidade é o desenvolvimento natural sem agredir ao meio, ou seja, a convivência recíproca com o todo: possibilidades naturais, necessidade de produzir e desenvolvimento tecnológico específico.
Caraíbas, após a barragem construída em 1989, estruturou sua capacidade produtiva no entorno da barragem com espécies frutíferas não nativas e que necessitam de irrigação. Até aí tudo beleza, a barragem tem capacidade de irrigar, mas e se a água da barragem acabar - RISCO!?
De 2009 a 2013 a barragem quase que secou, chegou a menos de 30% de sua capacidade. Fenômeno idêntico ocorre atualmente no Sudeste Brasileiro. Em Caraíbas, muita gente perdeu lavouras inteiras de Manga. Com o Governo Petista o Dólar começou a cair e com isso a margem de lucro do mercado especulativo no comércio de magas de alguns produtores de Caraíbas caiu. O negócio de manga deixou de ser muito atrativo a quem gosta de ganhar muito gastando pouco. Para ganhar com a lavoura de manga atualmente precisa de trabalho, otimização da produção e acompanhamento de mercado para não perder dinheiro e nem prejudicar terceiros.
Em meio a Roça de Manga, fazendo sombra ao trabalho do acondicionamento de mangas para vender, está o Umbuzeiro que ali já estava antes da Lavoura de Manga.
Longe dali, no meio da caatinga, em um local bem perdido e seco, está um projeto de Umbu Gigante do Pró Gavião. São 33 Umbuzeiros que ali, como todo pé de umbu, resistindo ao semiárido bravo. Trinta e Três pés de Umbu com uns 8 anos de idade e que já estão rendendo, produção vendida antecipadamente por R$ 3.000,00.
Tecnologia em cima de tecnologia. A Tecnologia Natural que é o próprio pé de Umbu, resistente a seca com suas batatas, com a tecnologia de operar a natureza via do enxerto. Vejam o umbu enxertado no pé de seriguela. A Técnica da enxertia de plantas da mesma família sempre existiu, mas sempre esteve guardada por quem domina a técnica, guardada contra quem poderia aprender com facilidade.
O Secretário Municipal de Agricultura de Caraíbas, Sr. Adenilson Costa dos Santos e o Professor Eduardo Gemen da UESB, além de muitos outros entusiasmados, como Katia Dias Carvalho e Terêncio, estão junto da Comunidade de Santa Maria desenvolvendo o Projeto do UMBU GIGANTE em Caraíbas.
Todos que estão envolvidos no projeto estão aprendendo na prática e na teoria a desenvolver o Umbu Gigante, desde a muda nativa para a enxertia até a execução da enxertia em si - o trabalho é lento e trabalhoso, mas o resultado é óbvio!
As estudantes da UESB nos ajudaram e foram momentos de socialização e trabalho que jamais serão esquecidos!
Todos colaboram e a Prefeitura de Caraíbas tem dado todo suporte. São momentos como afirmei, de trabalho, socialização que jamais serão esquecidos.
Esse canteirinho aí deu maior e melhor produção do que os outros que foram atacados pelas raízes da cerca de quiabento próxima.
Professor Eduardo da UESB instrui passo a passo todo o processo, dando dicas, discutindo possibilidades e, principalmente, incentivando as possibilidades.
Vê-se que a atividade não é coisa do outro mundo não, é algo acessível a todos, desde que tenham força de vontade, terra para plantar mesmo na caatinga e vontade de mudar de vida de forma sustentável.
Estimulado pelo Professor Eduardo e por Adenilson, pedi a Dhoni, irmão de Simone, que colhessem umbus nativos para vender para uma fábrica de polpa na Marreca. Uma renda agora já ajuda. No entanto a fábrica da Marreca estava fechada e ficamos com 4 sacos de umbu colhidos. Então resolvi fazer polpas de umbu para aproveitar a colheita. E, do que sobrou da massa após passar pela peneira, fizemos doce de umbu. Deu uma produção razoável e deliciosa.
A minha imaginação é que Caraíbas venha a ter uma Fábrica igual a que foi inaugurada em Manoel Vitorino. Sim, não basta termos somente a produção, mas também a fábrica para não ficarmos a mercê dos preços do mercado "in natura". Afinal, grandes produtores já estão de olho nesse nicho de mercado.
A Fábrica de Polpa que falei fica junto das instalações industriais do Sr. Clovis, produtor de manga - tem gente de olho na produção de Umbu Gigante!
Caraíbas pode muito mais! O Turismo é uma fonte de renda que mudou pouco a vida dos Caraibenses. Sim é uma opção. No entanto, considerando o tamanho do município, vê-se que a Sustentabilidade do Projeto do Umbu Gigante como o de muitas outras atividades rurais sustentáveis possuem mais pé no chão de trazer renda ao comércio, do que trabalhar somente o Turismo que seria lucro de poucos.
Quanto mais gente estiver ganhando em Caraíbas é mais dinheiro no comércio. Aliás, a Produção de Peixe em Caraíbas é uma atividade rentável e que merece ser fortalecida industrialmente.
O Umbuzeiro da Vovó lá da Lagoa Seca, com seus mais de 200 anos é uma evidência indiscutível que o Projeto do Umbu é muito além de Sustentável - "Tomba mais não Cai!"
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