terça-feira, 7 de junho de 2016

ECOBAHIA - DIRETO DE ARATACA - BIOFÁBRICA DE CACAU - MAIS DE 400 PESSOAS PARTICIPARAM DO DIA DE CAMPO PROMOVIDO PELO INSTITUTO BIOFÁBRICA DE CACAU (IBC) & PARCEIROS!

Agricultores e representantes de mais de 30 comunidades estiveram presentes

Mais de 400 pessoas, entre agricultores, indígenas, assentados, acampados, professores técnico e universitário e estudantes, participaram, no último sábado (4), do primeiro Dia de Campo realizado pelo Instituto Biofábrica de Cacau (IBC), Teia dos Povos, Consórcio Intermunicipal da Mata Atlântica (CIMA) e o Instituto Ecobahia. Participaram pessoas de mais de 30 comunidades dos municípios que fazem parte do CIMA. A ação piloto aconteceu no Assentamento Terra Vista, no município de Arataca.


Na oportunidade, o público teve acesso a oficinas sobre sistemas agroflorestais, técnicas de plantio e horta orgânica, além de levar para casa um dos kits de mudas disponibilizados pelo Biofábrica, contendo cacau, pupunha, urucum, goiaba e banana; mandioca; ipê, leucena, pau cigarra, pau-brasil e olho de pavão. Foram mais de 21 mil mudas distribuídas aos agricultores somente neste evento.


“Achei o dia de campo de uma grande importância. Quero aprender a plantar e colher da melhor forma e sei que aqui consigo aprender. O Instituto Biofábrica é uma boa parceria que estão trazendo para a gente”, avaliou o agricultor Adevaldo dos Santos, de 56 anos, do Assentamento Santa Fé. De acordo com o diretor-geral do IBC, Lanns Almeida, dias de campo continuarão sendo realizados em diversos municípios da região e se estenderão a outros territórios conforme planejamento participativo entre o Biofábrica e a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
"Com as mais de 21 mil mudas desse Dia de Campo, contabilizamos a distribuição de 223.340 mudas em quatro meses de gestão, entre convênio com a Seagri-Secretaria de Agricultura Irrigação e Reforma Agrária e a Secretaria de Desenvolvimento Rural. Essa ação que implantamos agora tem muita importância para a região, porque para essa gestão não basta só produzir mudas, é importante que as mudas cheguem aos agricultores e agricultoras e produzam, além de que façamos das entregas momentos festivos e de verdadeiras qualificações", destacou Lanns Almeida.
Para o representante do Assentamento Terra Vista, Joelson Ferreira de Oliveira, a nova parceria com o Biofábrica começa a dar frutos. “Há tempo buscamos a parceria com o Instituto Biofábrica para fortalecer o desenvolvimento regional. Nós saímos do discurso e estamos indo para a prática”, disse. O próximo Dia de Campo será realizado no dia 11, no Acampamento Dilma Rousseff, município de Pau Brasil.



Representações
Estiveram presentes nessa primeira ação o presidente e vice-presidente do Consórcio Intermunicipal da Mata Atlântica, Antônio Guilherme dos Santos e Alberto Rocha, respectivamente. “Encontros como esse realmente precisam ser multiplicados nos vários municípios do território, porque vemos integração entre ciência, necessidade de produção e preservação ambiental. Isso é que vai dar saída para a escassez do produto que sustenta a vida, a água”, avaliou o vice-presidente do CIMA.
“Precisamos de técnica e tecnologia para uma alternativa na plantação. O que me preocupa hoje é a água, porque no sul da Bahia os terrenos não são bons, precisamos do governo, os agricultores familiares, principalmente. Lá tem 11 assentamentos; o povo está animado. Com esse apoio da atual Biofábrica, que já distribuiu 50 mil mudas em Santa Luzia, as coisas começam a melhorar”, completou o presidente do consórcio.
Também esteve presente no evento o Cacique Nailton Muniz Pataxó, da associação Ibitira Porang e do Posto Indígena Caramuru, que destacou a parceria com o Instituto Biofábrica de Cacau. “As comunidades indígenas precisam participar desses dias de campo para ganhar experiência, conscientizar seu povo, enriquecer nossa região, nossa natureza. Nós estamos na luta para preservar essas associações e precisamos muito dessa parceria com a Biofábrica, na pessoa do Lanns, que já conheço e tem boas intenções para trabalhar no desenvolvimento regional”, afirmou. O líder indígena também faz parte da Teia de Agroecologia.


Dentre os professores que participaram do encontro estava Milton Ferreira da Silva Júnior, da Universidade Federal do Sul da Bahia, engenheiro agrônomo, especialista em desenvolvimento e gestão ambiental, mestre em sociologia rural e doutor em educação. “O importante é mostrar essas experiências de sistemas agroflorestais em assentamentos. O fomento feito pela Biofábrica, fornecendo mudas de essências e frutíferas, em parceria com universidades e Ater [Assistência Técnica e Extensão Rural], é importante para capacitar esses agricultores para que sejam mais eficientes e econômicos, que eles consigam trabalhar com projetos, formação de preços, elaborar promoções, até que os assentamentos tenham um portfólio com produtividade, justiça social e sustentabilidade. Se essas experiências puderem ser multiplicadas em outros assentamentos, será muito positivo”, avaliou.

Agricultores
A enfermeira Eliana José dos Santos, 43 anos, do Monte Aperam Caueba, pretende se aprofundar no aprendizado sobre agricultura. “O nosso grande interesse é aprendermos mais, ficarmos cientes das produções que estão se perdendo e de alguma forma fazer voltar a florescer”, disse. Assim como Marizete Macedo, de 65 anos: “quero aprender a lidar com hortaliças e com cacau, para aplicar na minha área”.

“Eu espero aprender mais e mais, desde pequena mexo com terra e quero saber lidar com cacau e café, eu já trabalho com mandioca e abacaxi em casa”, falou Maria dajuda Oliveira dos Santos, 56 anos, também de Aperam Caueba. O agricultor Robson de Jesus, 38 anos, do município de Una, destacou a relevância do evento para o fortalecimento da agricultura regional. “Tudo que vem pra beneficiar o agricultor é bem-vindo. Somos pessoas que investem, mas se não tivermos o apoio das instituições, não somos ninguém. Esse dia de campo é muito importante, parabenizo aos organizadores. É muito bem vindo para todos da região cacaueira”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Objetivamos a articulação e socialização de fatos, onde a participação do leitor contribui para que tenhamos o resultado para operarmos em melhoria da comunicação! Obrigado